sábado, 24 de setembro de 2011

Adro de solidão

(Christiano Moraleida)


Que queres fazer desse amor?


Um rio vazio, imerso e sem flor?

Um raro e raso alcance à dor?


Que feio esse amor!


De um peito límpido rasgaste o ávido

do sangue fizeste o pálido

da aurora trouxeste o desesperado adro de solidão


Não faz isso não!


Que queres fazer desse amor?


Se o tudo é o pouco eterno

e a lástima do vazio materno

é a fuga pra ingratidão


Se em sumo pessoa errada

fizeste em estado ingrata

e do choro que perdeu a lágrima

um cume-calmo da desolação


Não faz isso não!


Que a vida ainda implora amada

no manto de agora sagrada

a dor da separação

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