(Christiano Moraleida)
Que queres fazer desse amor?
Um rio vazio, imerso e sem flor?
Um raro e raso alcance à dor?
Que feio esse amor!
De um peito límpido rasgaste o ávido
do sangue fizeste o pálido
da aurora trouxeste o desesperado adro de solidão
Não faz isso não!
Que queres fazer desse amor?
Se o tudo é o pouco eterno
e a lástima do vazio materno
é a fuga pra ingratidão
Se em sumo pessoa errada
fizeste em estado ingrata
e do choro que perdeu a lágrima
um cume-calmo da desolação
Não faz isso não!
Que a vida ainda implora amada
no manto de agora sagrada
a dor da separação
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